Santúario de Fátima

O Santuário de Fátima é, por excelência, um local de peregrinação cristã e devoção católica, preservando a memória dos acontecimentos que levaram à sua fundação, nomeadamente as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos – Lúcia dos Santos, Francisco e Jacinta Marto – em 1917. A sua magnitude e relevância do ponto de vista religioso é de há muito consensualmente reconhecida, nacional e internacionalmente. Por vontade expressa da Santa Sé Apostólica, este é um Santuário Nacional. É também um dos mais importantes santuários marianos do mundo pertencentes à Igreja Católica e de maior destino internacional de turismo religioso, recebendo cerca de seis milhões de visitantes por ano. Foi distinguido com três rosas de ouro papais e visitado pelos Papas Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000), Bento XVI (2010) e Francisco (2017).



A sua edificação iniciou-se em 1919 com a construção da Capelinha das Aparições; ao longo dos anos o santuário foi sendo expandido, contando hoje com duas basílicas, o que representou um aumento significativo da capacidade de acolhimento de peregrinos em recinto coberto. Contudo, os diversos planos urbanísticos criados para ordenar seu crescimento tiveram pouco efeito prático, e o complexo que se vê atualmente é fruto mais de intervenções pontuais que atendiam a necessidades do momento do que de um planeamento unificado e de longo prazo. Por outro lado, o poderoso impulso gerado pelo Santuário de Fátima foi responsável pelo crescimento exponencial de uma zona do país até aí muito pouco desenvolvida.



Estilisticamente diversificado, integrando construções de caráter revivalista a par de outras de cariz mais atual, o Santuário de Fátima é composto principalmente pela Capelinha das Aparições, o Recinto de Oração (exterior), a Basílica de Nossa Senhora do Rosário e a respetiva Colunata, a vasta Basílica da Santíssima Trindade, as casas de retiros de Nossa Senhora do Carmo e de Nossa Senhora das Dores, uma Via Sacra nos Valinhos e o Centro Pastoral Paulo VI. Conta também com espaços culturais e diversas outras edificações para os setores administrativos, acolhimento de peregrinos, atendimento médico, comércio, encontros e congressos, e outras atividades. O santuário teve ainda o contributo de artistas de várias gerações, nacionais e internacionais, que para aí realizaram um numeroso e diversificado conjunto de obras.

Azinheira Grande
A denominada "Azinheira Grande", uma azinheira da espécie Quercus rotundifolia lamb, é a única árvore que resta das que existiam no local das aparições. O nome é citado em vários documentos primitivos referentes às aparições, sendo mencionado como o local onde os três videntes e peregrinos se abrigavam do sol e recitavam o rosário antes das aparições subsequentes às de 13 de maio de 1917. A propriedade do terreno em que se encontra pertencia aos pais de Lúcia, tendo sido preservada durante a construção do recinto na década de 1950. A árvore tem 13,5 metros de altura e diâmetro médio da copa de 17,9 metros. Em janeiro de 2007, a Direção-Geral dos Recursos Florestais de Portugal classificou-a exemplar de interesse público.



Lugares de culto
Os lugares de culto constituem a essência do santuário; neles se concentram os milhares de peregrinos que regularmente afluem a Fátima. De entre todos, a Capelinha das Aparições é considerada o "coração" do santuário e situa-se no lado norte do vasto Recinto de Oração. Pontuado pelo Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, este recinto ao ar livre prolonga-se a poente pela Praça de João Paulo II e ocupa a posição central de todo o complexo, unindo os principais locais de culto e acolhendo a multidão de peregrinos presentes nos dias de grande celebração. Os topos oriental e ocidental deste espaço são ocupados pelos dois grandes templos do santuário: a Basílica de Nossa Senhora do Rosário (ladeada pela Colunata), e a Basílica da Santíssima Trindade (que integra o edifício principal e os espaços subterrâneos da Galilé dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e capelas anexas).










O berço do Galo, Barcelos

 

foto site Barcelos Guest House


Atravessando a antiga ponte sobre o Rio Cávado, entramos numa das localidades mais emblemáticas da arte popular minhota, Barcelos.


É uma cidade antiga, situada num local com vestígios arqueológicos desde a Pré-História, mas foi no séc. XII que sua história começou, primeiro quando D. Afonso Henriques lhe concedeu foral e a tornou vila e depois quando D. Dinis, em 1298, quis compensar o seu mordomo-mor João Afonso e o tornou conde, doando-lhe a povoação em título.

Em 1385, o Condestável Nuno Álvares Pereira tornou-se o 7º Conde de Barcelos. Entregaria a vila como dote no casamento da filha D. Beatriz com D. Afonso, bastardo do rei D. João I. Começou então uma época de grande desenvolvimento e dinâmica para Barcelos, revelado com a construção da ponte, a muralha (de que resta a Torre da Porta Nova), do Paço dos Duques e da Igreja Matriz. São estes monumentos que constituem hoje o centro histórico da cidade que mantém um agradável ambiente medieval pontuado por solares e casas históricas como o Solar dos Pinheiros ou a Casa do Condestável.

Um passeio a Barcelos não pode dispensar o antigo Largo da Feira, hoje Campo da República, onde se encontram as setecentistas Igrejas do Bom Jesus da Cruz, e da Nossa Senhora do Terço e onde se realiza a maior feira de artesanato do país, todas as quintas-feiras. 

Se perder a feira semanal, visite o Museu da Olaria e o Centro de Artesanato de Barcelos, onde tem uma boa perspectiva sobre a expressão artística minhota. De todas as peças aqui produzidas, o colorido Galo de Barcelos é o mais representativo, não esquecendo as bandas de música e as figuras retratando hábitos e costumes da região.

A curiosa lenda do galo está associada ao cruzeiro medieval que faz parte do espólio do Paço dos Condes. Segundo esta lenda, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, com o fato de não se ter descoberto o criminoso que o cometera.

Certo dia, apareceu um galego (povo da região da Galiza) que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém acreditou que o galego se dirigia a Santiago de Compostela, em cumprimento de uma promessa, e que fosse ferveroso devoto de Santiago, S.Paulo e Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca. 

Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado que, nesse momento, se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando: “É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”. 
Risos e comentários não se fizeram esperar mas, pelo sim pelo não, ninguém tocou no galo.

O que parecia impossível tornou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidou das afirmações de inocência do condenado. O juiz correu à forca e viu, com espanto, o pobre homem de corda ao pescoço. Todavia, o nó lasso impedia o estrangulamento. Imediatamente solto foi mandado em paz. Passados alguns anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor a Santiago e à Virgem.

Das várias atrações para visitar em Barcelos são :
Torre do Cimo da Vila
Igreja do Bom Jesus da Cruz
Paço dos Condes de Barcelos
Museu de Olaria
Igreja Matriz da Paroquia de Santa Maria Maior


Para chegar a Barcelos partindo da cidade do Porto, existe 3 opções:

De Comboio
Este é um meio de transporte de fácil utilização e económico. Vá a uma estação do Metro que é simples e prático.
O metro funciona desde as 6h da manhã até à 1h da manhã, a cada vinte minutos. (Mais informações em: http://www.metrodoporto.pt/)
Segue na linha E (roxo) em direção à paragem “Campanhã”. Deverás sair da Estação de Metro e andar 3 minutos em direção à Estação de comboio de Campanhã. O bilhete de metro custa 2,00€. 
Na Estação de Campanhã, poderás comprar o teu bilhete de comboio para Barcelos nas máquinas automáticas ou nas bilheteiras, onde poderás obter mais informação útil.
De segunda a sábado, os comboios circulam de Campanhã para Barcelos entre as 6h10 e as 22h10. Aos domingos circulam entre as 8h15 e as 22h10. (Mais informações em: https://www.cp.pt/passageiros/pt)
Um bilhete de comboio tem um custo entre 4€-5€. O bilhete do Alfa Pendular (comboio de alta velocidade) custa entre 14€-20€. A viagem até Barcelos durará cerca de 1 hora.

De Autocarro (onibus)
Outra alternativa é viajar até Barcelos de autocarro. Este poderá não ser o meio de transporte mais conveniente, devido aos horários, e apenas circulam de segunda a sexta-feira.
Apanha o metro em direção à estação de comboios da Trindade. Depois de lá chegar, deves sair da estação e andar cerca de 400 metros, durante 6 minutos, em direção à Rua Régulo Magauanha, onde se encontra a central de camionagem mais próxima (da empresa Transdev).
Há 4 autocarros nos quais podes viajar, que partem do Porto às 8h, 11h, 17h e 18h, em direção a Barcelos. Estes autocarros saem da central, no Porto, e seguem até à Póvoa de Varzim, e na central na Póvoa de Varzim deves sair e entrar para o autocarro que segue para Barcelos. A viagem até Barcelos dura aproximadamente 2 horas.
Podes obter mais informações na bilheteira ou no autocarro, perguntando ao motorista.

Carro
A última opção é utilizar um veículo, o caminho segue via a rodovia A28, num total de 62KM,  o custo de portagem (pedágio) é de aproximadamente 4 euros e o tempo de 50 minutos.

Espero que tenham gostado das informações, até a próxima.



Os moradores da Mouraria


O bairro da Mouraria é um dos bairros mais tradicionais de Lisboa. Foi nesta zona que os mouros foram viver depois da conquista de Lisboa, por D. Afonso Henriques, em 1147 até serem expulsos no século XV. Dessa época restam poucos vestígios, no entanto a Mouraria é ainda hoje o bairro mais multicultural da cidade. Ao todo coabitam neste bairro 56 nacionalidades, sendo a maioria do Bangladesh, China, Índia, Paquistão e Moçambique.

Apesar da sua multiculturalidade, e de oferecer muitos produtos e lojas internacionais, a Mouraria continua a ser um bairro tipicamente lisboeta. 

Este acolhedor bairro situa-se entre o Martim Moniz e o Castelo de São Jorge. Outrora um bairro mais problemático e degradado, a Mouraria foi alvo de obras de requalificação em 2009, tornando-se um dos pontos mais interessantes de Lisboa a nível turístico e cultural.

Também conhecido como o berço do Fado.  foi neste bairro que viveu a Severa, a primeira fadista conhecida em Portugal, no século XIX. Diz-se que Severa se apaixonou por um conde e que foi aí que o fado chegou aos salões aristocratas. Já no século XX, viveu Fernando Maurício neste barro, sendo considerado o “rei do fado da Mouraria”.

A Rua do Capelão faz parte da iconografia do fado. Foi também na Mouraria que cresceu Mariza, a mais internacional fadista portuguesa da atualidade. 

O local atrai os turistas pela sua multiculturalidade e simultaneamente pelo seu cariz tradicional. Nele encontra restaurantes e estabelecimentos comerciais de vários países, assim como várias casas de fado e tabernas típicas. Vale a pena passar pelo Largo do Intendente, que tem uma das mais belas fachadas de azulejos da cidade, e pelo Colégio dos Meninos Órfãos na Rua da Mouraria, com a sua escadaria coberta de azulejos.

Uma das curiosidades do local é a homenagem dada aos seus antigos moradores, fantástica idéia de postar as fotos dos seus ilustres habitantes.








Caso visite a Mouraria, não se esqueça também de passar pela casa medieval do Largo da Achada. Esta situa-se por trás da Igreja de São Cristóvão e é uma das casas mais antigas de Lisboa, possuindo portas e janelas ogivais. O bairro vizinho da Mouraria, Anjos, também tem vários atrativos, como os seus edifícios em Arte Nova ou o Miradouro do Monte Agudo.

Resumindo: maravilhoso, irresistível e impossível não se apaixonar por este bairro pitoresco.  Impressionado com as pessoas simpáticas e as casas majestosas em torno das muralhas do castelo. Um prazer para os olhos andar pela Mouraria.






Parte do texto extraído do site https://www.lisbonne-idee.pt/