na companhia de pastel de Belém
ou seria pastel de nata?
pois agora
Conta-se em diversos escritos
que há duas versões
para definir a expressão usada
em Portugal para nosso cafezinho.
Os primeiros expressos em Portugal foram vendidos no café A Brasileira ali no Chiado em Lisboa. Muitos clientes acharam o gosto do produto um tanto amargo. Para contornar o problema, a direção da cafeteria criou um slogan para atrair os clientes: Beba Isso Com Açúcar. A campanha deu certo e a frase ficou tão marcada que o uso das iniciais de cada palavra - bica - passou a ser sinônimo de cafezinho no país.
A outra versão é ainda no Café A Brasileira quando este abriu as suas portas ao público a 19 de Novembro de 1905, vendendo o “genuíno café do Brasil”.
Adriano Telles, seu fundador, vivera bastante tempo no Brasil, mantendo aí contatos que lhe permitiam importar café e outros produtos sem dificuldade. Três anos depois, o sucesso do estabelecimento levou a que se construísse uma Sala de Café, novidade na época e que rapidamente se tornou local de encontro obrigatório da elite da cidade de Lisboa. Advogados, médicos, jornalistas, artistas (entre eles Fernando Pessoa e Almada Negreiros), revolucionários e estudantes ali se juntavam para beber café e conversar.
A partir de 1920, dizia-se inclusive que no Porto e em Coimbra se trabalhava e estudava e que em Lisboa se conversava e faziam revoluções. Nesse início de século não existiam ainda as máquinas de café expresso, sendo o café passado por sacos e vertido por uma torneirinha (bica) para cafeteiras utilizadas para servir o café à mesa. Nestas cafeteiras o café acabava invariavelmente por esfriar e perder o seu aroma. Conta-se que um dia alguns clientes reclamaram da qualidade do café, sendo necessária a intervenção do proprietário que pediu a um empregado para encher uma chávena (xícara no Brasil) diretamente da bica, ou seja, do saco.
Com um sabor e aroma mais intensos, os clientes adoraram a bebida passando a pedir que o seu café fosse trazido diretamente da bica numa chávena. Nasceu assim o termo “bica”.
Já o pastel de nata refere-se ao século XIX em Belém junto ao Mosteiro dos Jerônimos, à época, junto ao Mosteiro funcionava uma refinaria de cana-de-açúcar e uma pequena loja de comércio variado.
Após a revolução Liberal ocorrida em 1820, todos os conventos e mosteiros de Portugal foram fechados em 1834, quando o clero e os trabalhadores foram expulsos.
A fim de tentar subsistência, alguém do Mosteiro colocou à venda, nessa pequena loja, pastéis e doces, e o pastel de nata foi batizado de “Pastel de Belém”
Naqueles tempos, a região de Belém era distante de Lisboa e o percurso era feito por barcos à vapor. Entretanto, a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, atraía os visitantes que se habituaram a saborear o delicioso Pastel de Belém, originário do Mosteiro.
Em 1837, foi fundada a fábrica “Pastéis de Belém”, em instalações anexas à refinaria, cuja antiga “receita secreta”, oriunda do Mosteiro, continua sendo produzida até os dias de hoje.
Atualmente, é possível saborear o Pastel de Nata em comércios de vários países além de Portugal, como por exemplo, Brasil, China, Malásia e Hong Kong. Contudo, somente os originais recebem a denominação de “Pastel de Belém” devido a localização geográfica onde são produzidos, gerando transtornos judiciais para quem se utilizar do nome de forma indevida.
Devido todo esse segredo na receita, a loja dos Pastéis de Belém é uma atração muito popular em Lisboa e está sempre lotada de visitantes, que forma longas filas à espera do momento de se deliciar com o doce secular.
Entretanto, diversas outras docerias e padarias de Portugal produzem o pastel de nata, com ingredientes similares ao pastel de Belém original, e assim, disputam a clientela ávida por saborear as delícias do velho mundo.
Contudo o que vale dizer é que tanto da forma original ou coloquial, o que vale mesmo é o prazer de tomar e comer estes que são tesouros de Portugal junto aos amigos e numa recheada mesa de um bom bate papo.
Fonte: https://coffee-shop.blogs.sapo.pt - Google